Postagem do episódio anterior: New Car Smell.
A ação não é necessária quando se tem Carrie e Brody num interrogatório.
A ação não é necessária quando se tem Carrie e Brody num interrogatório.
Homeland vem com mais um episódio impressionante, só que
dessa vez é quase que totalmente apoiado numa conversa sobre mentiras e
verdades entre os maravilhosos e complexos personagens principais, Brody e
Carrie.
Mas antes de falar do efeito devastador que esses dois
juntos proporcionam. Prefiro começar por
Dana e Finn (a parte menos empolgante ) em seu primeiro encontro. O garoto com
uma brincadeira (ta vendo, onde já se viu brincar com algo potencialmente tão
perigoso como um carro?) acaba atropelando uma mulher e não prestando
assistência.
Problemas devem surgir daí, ainda mais conhecendo o modo de
pensar de Dana. Uma pena, já que achava os dois bonitinhos e Finn até então
doce mesmo com seu jeito rebelde. Mas ele mostrou que quando as coisas se
complicam, a irresponsabilidade e o egoísmo imperam.
De qualquer forma, em efeito essa história nada se compara a
trama principal do episódio: o interrogatório de Brody.
Carrie parece saber que fez algo errado ao revelar tudo ao
congressista. Ela seguiu o seu impulso de vingança, tenta se justificar e
apesar de não reconhecer, sabe que de certa forma, estragou a missão.
O olhar de Saul de “papai está chateado” é interessante,
acho que a fez repensar. Pois apesar dele defender a sua pupila e conseguir com
que ela fique na investigação, ele é sensato, e ela nem insiste muito em
interrogar Brody. Pois deve saber da sua culpa.
Assim, Peter Quinn começa o interrogatório, e expõe as
mentiras de Brody. Mas o ex-sargento continua negando as coisas mais
importantes, parecia que essa técnica que não daria muito resultado.
Então após o agente esfaquear a mão de Brody. O momento crucial chega, o momento que eu
esperava. Carrie sente “pena” de Brody, e se torna a “policial boa” (Quinn
seria o mal).
E com essa “tática”, ela começa a interrogá-lo. E isso é
quase mágico. Carrie e Brody sozinhos em uma “conversa” densa e pessoal. É explosivo, mais do que qualquer cena de ação.
Os dois na tela, com suas atuações magníficas, não têm para ninguém.
Não dá para saber o limite da verdade e fingimento na parte
de Carrie. O limite do trabalho e o amor que ela sente por ele. Se ela fez aquelas perguntas sobre os
sentimentos dele porque queria saber a verdade ou queria se aproximar.
Talvez seja uma mistura das duas coisas. Mas acho que apesar
de claramente usar o relacionamento de ambos, as palavras e os sentimentos dela
eram verdadeiros.
Carrie realmente ama Brody, e queria de verdade que ele
largasse a família para ficar com ela. Ela não consegue separar muito bem os sentimentos do trabalho e nesse
interrogatório, conseguiu usar isso de maneira positiva.
Interessante também é esse processo de conversão de
Brody. De certa forma, é o mesmo que
Nazir fez com ele, só que bem mais rápido.
O capturou, usou violência, e depois prosseguiu com compreensão, gentileza,
amor e visões compartilhadas.
Brody já vivia pressionado, cheio de dúvidas. Estava no limite. E com Carrie que o entende
(e o ama) mais do que ninguém. Ele foi quebrado. Foi simplesmente poderoso, ainda mais com a
expressão, e o choro “contido” dos personagens.
O momento que o congressista
deixa as mentiras que tanto o cercam desde que voltou aos EUA é libertador. È
de alívio, finalmente Brody fala a verdade e recebe a compreensão que tanto
precisava. E claro, o carinho de Carrie, onde eles até seguraram as mãos.
As reações inclusive se tornam físicas na medida em que
Brody nem consegue ficar de pé após contar o que sabe sobre os planos de Nazir.
Todo esse interrogatório, a confrontação da verdade, me
lembrou novamente o episódio “The Weekend”, só espero dessa vez, que ele
realmente tenha se libertado e falado toda a verdade.
Depois que eu vi o episódio passado, preferi não pensar em
rumos que a série seguiria (em Homeland é difícil, sempre nos engana). Mas havia
sugestões de que o único caminho a seguir seria Brody trabalhando para a CIA.
Assim, não foi surpreendente quando isso se concretizou. Mas a trajetória para chegar nisso foi
realmente devastadora. O que não exclui
também o fato de que o ex-sargento possa estar fingindo e volte a trabalhar
para Nazir ( apesar de não sei se gostaria de um vai e vem assim).
Outra coisa que mudou é o relacionamento de Brody e Carrie.
Muita da comoção por eles se devia ao jogo de gato e rato dos dois. E agora com
eles trabalhando do mesmo lado, isso pode sumir. Será que perderá um pouco da química?
Ahhh. De qualquer forma acredito que essa situação de
rivalidade não teria como se sustentar por muito tempo mesmo. Ou os colocavam do mesmo lado, ou terminavam a
história de um deles de uma vez (provavelmente de Brody). E como eu sentiria falta de qualquer um,
prefiro assim juntos.
Além disso, espero que mesmo com essa mudança, a série
continue a mostrar os dois lados, e não se vire para o patriotismo. Um dos
aspectos bons de Homeland é ter o lado
bom e mal dos terroristas e dos EUA, e
não essa história maniqueísta da luta contra o diabo. Mas confio nos
roteiristas, acho que isso não mudará.
E como fica tudo no final? Brody voltou a sua casa falando a verdade (apesar
de esconder certas coisas ainda). E
agora ele vai trabalhar com a CIA para acabar com Nazir. Como a série
funcionará ? Ele ficará mais tranqüilo ou
esse trabalho triplo de espionagem o deixará mais agitado? E com essa
proximidade com Carrie, como será a relação deles?
Enfim, um episódio magnífico, com uma trajetória lenta, com coerência, cheia de tensão, o que torna tudo tão explosivo e maravilhoso. Algo que Homeland faz como nenhuma outra. Ai, só sei que se eu pudesse, veria o próximo episódio agora mesmo.
Realmente um episódio bem mais lento que o anterior, mas tão bom quanto. E também acho que o acidente causado pelo Finn acabe indo pra algum lugar, quem sabe algo para desestabilizar Walden durante a campanha para presidente ( Nicholas até comentou com Carrie que o Walden ia acabar vencendo), e Dana não vai demorar muito pra dizer pra o pai o que aconteceu. E o momento de interrogatório Brody e Carrie foi emocionalmente bem intenso. E sobre o futuro como vc mesma disse, em Homeland é sempre difícil imaginar o que virá pela frente.
ResponderExcluirUm ótimo episódio mesmo, Homeland dificilmente decepciona, pelo menos a mim. Algum efeito esse atropelamento do Finn é capaz de ter mesmo. Mas eu não me arrisco a sugerir qual. Em Homeland sempre há surpresas. Carrie e Brody num papo sincero cara a cara é contagiante mesmo, não tem para ninguém. Obrigada pelo comentário.
ExcluirExcelente texto como sempre. Parabéns e muito obrigado. Sinto necessidade de ter mais interlocutores para conversar sobre esta série fantástica e seu blog é um oásis cercado por fãs de walking dead por todos os lados...rs. Carrie + Brody juntos na cena = eletricidade no ar. Impressionante!
ResponderExcluirObrigada. Eu também gosto de conversar, dar opiniões sobre homeland. Agora essa de waking dead não entendi (hahaha, não assisto nem escrevo sobre ela). E bem Carrie e Brody juntos é emocionante. Obrigada pelo comentário.
ExcluirMeus amigos só assistem Walking Dead e eu não. Qdo falam de séries, só escuto de walking dead e morro de vontade de falar sobre homeland. Fico isolado...rs
ResponderExcluirAhh, agora entendi. Quando quiser conversar sobre a série pode dar uma passadinha aqui. Hahaha. Também não tenho nenhum amigo com quem discuto Homeland, e adoro falar sobre ela. Assim eu escrevo, é uma forma de suprir esse gosto. Inclusive já coloquei a review do último episdódio no blog, dá um olhadinha lá, e comentários serão muito bem vindos.
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