Busca no Blog

domingo, 21 de outubro de 2012

A cura, série brasileira diferente e com qualidade

Recentemente, eu comecei a assinar a globo. com e com isso passei a ter acesso ao material de assinante. Uma grata surpresa foi descobrir que dentre o acervo para os assinantes, havia os 9 episódios completos da série “A Cura”.  Lembro das chamadas desse seriado quando passou na televisão, e de ter ficado com vontade vê-lo, mas talvez pela falta de hábito (de seguir obras na TV),  acabei não assistindo capítulo algum. Com esses episódios online, entretanto, vi tudo e não me arrependo disso.  Foi um tempo muito bem gasto com uma narrativa que me prendeu.
“A cura” começa com o retorno de Dimas Bevilláqua a Diamantina. Há uma fofoca corrente de que quando ele era criança, e em circunstâncias mal explicadas, acabou matando um colega. Assim, ele é visto como assassino, mas formado médico (cirurgião), volta para trabalhar no hospital da cidade. O hospital é comandado por Dr. Turíbio, que de certa forma (por causa da fofoca), dificulta o trabalho de Dimas, mas também há Dra. Rosângela (filha do dr. Turíbio), amiga de infância de Dimas, que o apóia.  E o noivo dela, Dr. Luís Camilo, filho do prefeito e que chega a tomar algumas ações para prejudicar  o protagonista.
Nesse cenário, Dimas descobre a sua capacidade de curas milagrosas, causando discussões e reações pela cidade. Onde alguns o descrevem como santo e outros como charlatão, fazendo pessoas ir atrás dele na esperança de cura. Tudo traz à tona a história sobre o misterioso Dr. Otto que dezenas de anos antes, causara uma confusão na cidade por causa do seu suposto dom curativo.
A série é realmente bem envolvente.  Devo ter assistido os 9 episódios em menos de 48 horas (considerando ainda que eram dias de trabalho). Mas eu não conseguia largar, era só ter um tempo livre que assistia. Nunca tinha visto uma série brasileira assim.
 O estilo, efeitos, qualidade,e outras  formas de fazer me lembravam as séries norte-americanas (ou inglesas), mas a história, os cenários, e os personagens eram bem brasileiros. Essa mistura de religiosidade, política, conspiração, passado e ciência foi algo tão tupiniquim. E por que não dizer mineiro? Evidenciado principalmente por certos personagens, como a mulher que vivia no telefone fazendo fofocas em vez de atender os seus clientes na loja (adorava esses momentos de humor).
Os personagens, na sua maioria, foram bem interpretados e construídos, o que passava bastante realismo.  Dimas, por exemplo, senti tanta pena e torci por ele em certas partes. O quanto ele era confuso e as conspirações a sua volta o deixavam em um estado cada vez pior. Como ele duvidava de si mesmo e do seu dom, mais ainda, quando as pessoas que salvava, acabavam sendo assassinadas depois.  Pelo menos, havia Rosângela para animar e o guiar de vez em quando. Mas realmente ele era uma protagonista do tipo que sofre muito. Um injustiçado!
O mistério envolvendo o Dr. Otto é outro ponto bem interessante.  E sua conexão com Dimas e sua estória (O que fizeram com ele? A trama estaria se repetindo?)  acaba se tornando uma das coisas que guiam a narrativa.  Considerando mais ainda aquela trama do passado, envolvendo o cruel ancestral de Dimas, Silvério e o menino curandeiro Ezequiel. Inicialmente elas não parecem ter grandes ligações, mas a sua resolução mostra que essa impressão não era verdadeira.
Mas nem tudo é perfeito, é justamente na questão do Otto (até na história do passado também), na resolução, é que eu achei que foi tudo um pouco corrido e teve furos.  Por exemplo, me soou estranho como Edelweiss conseguiu viver décadas, se o mistério de Otto era aquele? Isso sem contar os acontecimentos envolvendo Dimas e seu destino. Poxa, havia tantos indícios,testemunhas, e até provas. E acontece aquilo?
E há mais um ponto, não pode dizer que série tenha um “final”. O mistério sobre Otto é esclarecido. Mas tudo termina cheio de ganchos e com perguntas a serem respondidas (é até meio explosivo, contagiante, o que aguardar a seguir?).  Não dar um fim a uma obra assim é algo que não esperava da rede Globo. Espero isso em séries norte-americanas, mas não nas da Globo. E admito que fiquei com um pouco de raiva por isso. Entretanto, não me arrependo de ter assistido.  “A cura” é excelemte, e mesmo sem fim, merece ser vista, ou melhor, tem que ser vista.
Considerando que a série foi exibida em 2010, não tinha grandes esperanças sobre ela ter um fim. Mas pesquisando pela NET. Descobri que isso não é impossível.  Notícias desse ano e do ano passado dão a entender que eles pensam em filmar uma segunda temporada de “A cura” em 2013. E que só estão esperando o autor terminar a novela “Avenida Brasil” para começarem a trabalhar no roteiro dela.  Ai, eu realmente espero que isso se concretize. “A cura” merece uma segunda temporada, um final. È um desleixo essa obra não ter fim. E eu ficaria bem grata se a Globo concertasse isso, e desse um grande final a série.

Nenhum comentário:

Postar um comentário