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domingo, 7 de agosto de 2011

Um filme de Hitchcock: Um corpo que cai

 Um dos meus gêneros preferidos de filme é o suspense. Filmes com assassinatos, mistérios e investigação sempre me fascinaram desde criança. E um importante mestre do suspense é Alfred Hitchcock, ele, em diversos trabalhos, conseguiu elaborar tantos mistérios e causar tantas sensações, que não é a toa que é considerado o mestre do gênero,  um gênio do suspense. Já vi diversos filmes dele, e tenho que reconhecer que ele era muito bom, sabia fazer medo e criar aquela tensão. Outra coisa que que pude perceber com as pessoas do meu convívio, é que a opinião sobre o filme preferido de  Hitchcock, é bem diversa. Alguns preferem "Psicose", outros gostam de "Os pássaros", tem uns que acham "Janela Indiscreta" e até "Disque M para matar" já foi citado. O meu filme preferido (de Hitchcock, é claro ) e que para mim é a obra prima dele é "Um corpo que cai".
Um corpo que cai (Vertigo) foi lançado em 1958. O filme começa com uma perseguição de um bandido por dois policiais em cima de telhados de prédios. John Ferguson, também conhecido como Scottie é um deles, e acaba escorregando e ficando pendurado em um telhado, o seu companheiro vai ajudá-lo e esse acaba caindo e morrendo. Depois do incidente, Scottie não consegue mais ficar em lugares altos, assim, ele se aposenta e vira um detetive particular. Um colega de faculdade o contrata para seguir a sua mulher, Madeline, pois acredita que ela  esteja com problemas e que possa fazer mal a si mesma. Scottie acaba se apaixonando por ela e se vê envolvido em vários mistérios.
Logo nos créditos iniciais do filme, eu senti aquela sensação de tontura, a música, a forma de apresentação dos nomes dos envolvidos, e imagens passam essa sensação, que no fim das contas é o que Scottie sente ao ficar em lugares altos. A cena da perseguição também tem um tipo de edição e um modo de filmar que trás isso. Em geral isso acontece em quase todo filme, é a vertigem do título original.
O filme, apesar de colorido (com cores pouco vivas, mas colorido) apresenta alguns elementos  noir, como o protagonista envolvido em tramas misteriosas, e Madeline, a mulher refinada e enigmática, ou seja, uma típica femme fatalle, além de outros aspectos.
Na primeira parte do filme, os personagens são apresentados, e muitas pistas aparecem,  mas a parte mais instigante vem logo a seguir, é onde se percebe como a trama é intricada e bem montada. A segunda parte mostra a obsessão de Scottie em reencontrar Madeline, nem que para isso ele precise transformar Judy, uma jovem que acabou de conhecer, e acabar com suas chances de ter uma vida boa. Mortes, pistas escondidas, acontecimentos trágicos, traições, fazem parte da narrativa e tudo é encaixado com uma mastria, pontuado ainda mais com um final impressionante e condizente com a trama.È claro, eu realmente gosto desse final.
Já ouvi uma história interessante sobre a trama desse filme, segundo alguns críticos, a história tem um fundo pessoal para Hitchcock. E isso se deve a Grace Kelly, que após virar a princesa de Mônaco, não continuou a sua carreira de atriz. Ela era a musa do diretor, a atriz que ele queria que fizesse os seus filmes. Mas desistiu da carreira, e ele teve que encontrar uma nova musa. Kim Novak (a intérprete de Madeline) era uma tentativa de encontrar uma nova Grace, ou seja, era uma falsa Kelly, assim ele teria de transformar Novak em Kelly . Dessa forma, a ação obsessiva de Scottie ao transformar Judy em Madeline, era a mesma de Hitchcock em relação a Kim Novak e Grace Kelly.
No final o que eu posso dizer? Um corpo que cai é uma obra prima do suspense e de Hitchcock. Um filme que deve ser visto. Recomendo a todos, e principalmente aos fãs de suspense e apreciadores de um bom filme.

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