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domingo, 14 de agosto de 2011

The Borgias


Sempre achei bem  inusitada a história do papa Alexandre VI (Rodrigo Bórgia) e seus filhos. È interessante ver essa família, que alcançou o auge do poder quando o patriarca ocupou o trono de São Pedro, e de certa forma, mudou a história da  tão poderosa igreja católica, e da europa. Os Bórgias são tomados como exemplo de violência, corrupção e luxúria, e isso mostrou o quanto a igreja, a instituição mais poderosa da época, estava falida espiritualmente e afastada dos preceitos que deveria pregar. As ações (ou até boatos) da família são um dos argumentos que usaram ao criar as religiões protestantes.
Já ouvi falar bastante sobre Lucrécia Bórgia, seus venenos, e os assassinatos cometidos por ela ( apesar de que isso parece ter sido só boato, ou seja, Lucrécia não era não má quanto sua fama).   Ou César Bórgia, que foi a inspiração de Maquiavel ao escrever O príncipe, e cometeu vários assassinatos, inclusive o de seu irmão mais velho. E  Alexandre VI, que mesmo depois de se tornar papa, continuou com seu comportamento desregrado e depravado, mantendo amantes e suas práticas corruptas ( indicou vários de sua família como sarcedotes para aumentar e consolidar o seu poder). Mas talvez o que tenha escutado mais, é sobre o suposto incesto entre Lucrécia e César, e até mesmo com seu pai.
Há algum tempo descobri que uma série sobre os Bórgias estava sendo feita, e tinha Jeremy Irons como Rodrigo Bórgia. Considerando os boatos sobre a família, achei que era recheada com cenas de violência e sexo. Com essa história e grandes possibilidades, eu pensei: isso é algo que vale a pena conferir. Então assisti os 9 episódios da primeira temporada da série,  que já foi renovada para uma segunda.  
A série começa quando o papa Inocêncio VIII morre. Uma nova eleição para papa acontece e Rodrigo consegue vencer comprando o voto dos cardeais e com ajuda dos seus filhos. Ao assumir o papado, a sua família começa ganhar uma notoriedade maior, sendoque Cesar se torna o braço direito do pai.Ele se mostra um bom estrategista sendo que apesar de diversas ameaças, e até atentados contra o pai, Rodrigo se mantém no poder. È claro que para isso ele usa de assassinato, chantagem, corrupção e outras atitudes pouco louváveis. O papa, no início, tenta modificar um pouco a sua vida, se afastando da mãe dos seus filhos. Mas depois de um tempo, ele conhece Giulia Farnesse e ela se torna sua amante. E ele nem tenta esconder isso da sociedade. Para conseguir mais poder e estabilidade no seu trono, ele ainda casa alguns de seus filhos. Como Lucrécia, que faz um casamento, sendo bem jovem, no qual é separada da família, e passa ser maltratada pelo  marido.
A minha primeira impressão sobre a série é que ela tem menos cenas de sexo do que eu esperava. E digo mais, eu esperava uma maior participação de Lucrécia  nelas, com mais nudez e menos sofrimento, dada a sua fama de femme fatalle. Em contrapartida gostei da participação decisiva dela em certa parte, pois usando sua inteligência e poder de sedução, ela consegue tirar o pai de uma situação de muito risco e poupar bastantes vidas. Quanto a parte da violência, apesar do César mostrado  ser bem mais bonzinho do que ele devia ser, pois pelas histórias ele parecia um verdadeiro demônio, ela existe sim.Há assassinatos e bastante sangue. E claro as conspirações de diversos personagens para conseguir dinheiro e poder. 
Eu achei os 2 primeiros episódios de certa forma fracos,  não sei, ao meu ver faltava algo. Demorei certo tempo para continuar a ver a série. Talvez a história só tenha me prendido mesmo a partir do casamento de Lucrécia. De qualquer forma, em certo ponto ela  começou mesmo a me empolgar. Assim, os últimos episódios eu vi com certa rapidez e voracidade.
Mas o principal boato acerca dos Bórgias, pelo menos por enquanto, não apareceu na série. A relação entre Lucrécia e Cesar é  próxima, o rapaz se mostra bem protetor em relação a irmã, mas o relacionamento dos dois, apesar de uma atração existente, não é sexual, ou seja não aparece nenhum incesto. César em geral é bem protetor com quem ama, além de Lucrécia, se ver essa mesmo atitude em relação a uma amante, a mãe e também um pouco ao seu pai. Ele e Lucrécia, são os personagens por quem eu tenho mais simpatia. E não devia ser assim pois o verdadeiro César não era flor que se cheire. Ha.Ha.  Outro personagem que eu tive uma certa simpatia foi o Cardeal Della Rovere, esse é o principal inimigo dos Borgias. E comete alguns atos que trouxeram consequências trágicas para pessoas inocentes. Mas a minha simpatia vem do fato dele ser contra os Bórgias por ele querer o poder para si só em parte. A verdade é que ele não acha, com razão, Rodrigo Bórgia, digno do cargo que exerce. De certa forma, Della Rovere quer purificar a igreja, e ele se apoia na ideia de que de que os  fins justificam os meios. Já o Papa, em certas partes ele causa um pouco de simpatia, como a proteção aos filhos, a tentativa de melhorar como pessoa, e até a parte em que ele parecia derrotado e se fia na humildade do sacerdócio, mas as ações deles são contraditórias, pois logo após tentar se tornar uma pessoa melhor, toma atitudes ruins,deixa as pessoas para trás. Muitas vezes ao agir com os filhos, leva em conta mais seus interesses, os colocando em perigo, e logo após se pousar de humilde, aparece vestido de ouro dos pés a cabeça. O personagem é contraditório,  e não dá para confiar nele. Talvez esse seja um personagem mais fiel a realidade do que os outros.
Percebi também algumas discrepâncias, por exemplo César é o filho mais velho do Papa na série, mas na realidade Juan era o mais velho. E eles seguiam o costume, o filho mais velho herdava os títulos, ia para o exército, e era a imagem da família e o o segundo filho assumia o hábito.Em The Borgias, Cesar é o mais velho, e assumiu o hábito obrigado pelo pai. Assim esse costume não é representado na série.  Há outros fatos, como por exemplo, o marido de Julia Farnesse ser parente dos Borgias, a sogra desta ter apoiado o seu envolvimento com o papa, e Lucrécia ter  morado com  eles antes de Julia tornar amante de seu pai, na verdade, no final da sua infância/início da adolescência, Lucrécia foi criada por eles. Nada disso é visto na série. Júlia apenas aparece como uma mulher casada e conquista a o Papa. Há outros fatos que eu não vou citar aqui que eu percebi e também algo que me gerou uma dúvida. Uma das partes mais legais da série para mim, quando o rei da França vai indo em direção a Roma para atacar. Mas já pesquisei e algo me diz que isso não aconteceu, pelo menos não daquela forma, não digo com certeza, mas me pareceu algo inventado.
A série retrata os Borgias, mas tomou as suas liberdades e mudou alguns fatos, o início é um pouco morno, mas o decorrer isso é modificado, então para quem começou a assistir e não gostou dê outra chance, pois no fim vale a pena, gostei de série e pretendo ver a próxima temporada.  

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