Busca no Blog

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Deixado para trás: A visão dele

Era mais uma missão. Todos estavam no carro voltando, inclusive ela. Ele apertou o botão do gatilho mas não escutou ou viu  a explosão. Ele sabia, havia um problema, o gatilho remoto não funcionava. Alguém teria que voltar, ele era o líder, e tinha que fazer isso, a morte  era praticamente certa, mas era preciso, pois não admitia falhas e aquele lugar teria que explodir. Pulou do carro e voltou. Havia muitos homens atirando contra ele. Mas ele continuou correndo em direção a bomba, sentiu que alguns disparos o atingiam, mas continuava. Chegou à  bomba, e a ativou, ele tinha poucos segundos até ela explodir, e correu na direção contrária. Até que aconteceu. O prédio foi para ares, grande parte dos homens que atiravam contra ele também. Pouco antes da explosão, ele escutou a voz dela chamando o seu nome, e viu o carro indo embora. Ele estava ali, sozinho, ferido e sendo caçado por homens armados. Não era uma situação muito animadora. Ela havia ido embora, estava salva, mas ele fora deixado para trás.
 ------- Postagem vinculada: O deixaram para trás: A visão dela

2 comentários:

  1. Seu pé pulsava desengonçado no acelerador. Maldito carro hidramático. Parecia querer tirar-lhe o controle. O motor roncava esquisito enquanto balas de fuzis mal descarregadas riscavam a lataria por todos os lados.

    Cinco entraram, cinco saíram. Estaria tudo bem se Red Rico não estivesse sangrando em bicas pelo lado esquerdo da cara. Fora a merda do gatilho da bomba que não disparava. White Walter berrava feito uma menina em seus ouvidos e Black Jack Jane parecia estar em outra dimensão outra vez, para variar. Bunny Brown se encolhia em seus ombros ao seu lado, num sorriso sem graça de que tudo iria dar certo. E era a única coisa que lhe dava alguma esperança naquele fim de missão fracassado.

    Sentiu uma pancada na nuca, WW querendo lhe dizer alguma coisa. Sua mão girava em semicírculos tortos enquanto ele segurava o “Berrante” na outra. Deu uma guinada alucinada no carro e no meio do terceiro ou quarto rodopio (estava zonzo demais para contar), ouviu o estampido do “Berrante” disparando uma batata rastreadora na direção das instalações inimigas.

    A pequena granada propulsionada por foguete voou tortuosa através do chumbo grosso, aterrizando através de uma janela e causando uma explosão grande o suficiente para detonar o pacote. “Filho duma parca mãe de profissão duvidosa!” - berrou em sua própria mente enquanto o carro voava com o impacto da explosão. Estavam duzentos metros além do ponto de detonação original e ainda tinham sido atingidos pela onda de choque. O Professor mentira. Descaradamente tentara matá-los.

    Àquela altura do capote, RR provavelmente já era um presunto e realmente já não se importava se Black Jack tivesse quebrado o pescoço também. Bunny o puxava pelo braço direito para fora do que sobrou do carro e WW arfava pesadamente esparramado pela grama.

    Um silêncio inexplicável tomara o lugar, e pensou que pudesse ter ficado surdo, não fosse a ruidosa respiração de WW. A voz de Bunny, geralmente aguda e levemente esganiçada, soou-lhe como melodia - “Conseguimos, ZT! Conseguimos!”

    ResponderExcluir
  2. Boa história WarFalci, valeu mais uma vez pela participação. Essa minha história, é meio que uma série de histórias de um casal de espiões, e normalmente escrevo história em pares, com pontos de vista diferentes, um "dele" e outro "dela", a visão dela, vai sair daqui um tempo no blog.

    ResponderExcluir