Busca no Blog

domingo, 4 de dezembro de 2011

Filme catástrofe: Inferno na Torre

Desde que o ataque às torres gêmeas nos EUA completou 10 anos, eu planejava re-assistir "Inferno na Torre". Não sei se todos acham isso, mas para mim, o filme e o ataque, tem um tema similar, com torres pegando fogo e muita gente morrendo. É claro que há muitas coisas diferentes, mas quando o vi pela primeira vez, o primeiro fato que veio à minha mente, foi o ataque às torres gêmeas.
Inferno na Torre (The Towering Inferno) é um filme de 1974 e contou com um grande elenco,  principalmente se for considerado a época, atores como Paul Newman (para mim, um dos  mais bonitos que já pasaram por Hollywood, como eu queria ter nascido naquela época para ser tiete dele, haha), Steven McQueen, Faye Dunaway, William Holden, Richard Camberlain, Jennifer Jones, dentre outros são alguns dos nomes de destaque. Alguns deles são reconhecidos e aclamados até hoje. Na realidade tem até O.J. Simpson, mas com esse o reconhecimento não é por causa de sua carreira de ator, né?
A história começa com a volta do arquiteto Doug Roberts (Newman) a NovaYork, ele passou um bom tempo de férias, e ao chegar encontra a Torre de Vidro, prédio que ele planejou, completamente construída. Trata-se do maior arranha-céu do mundo com mais de 130 andares, e que terá uma festa de inauguração naquele dia. Durante testes nas instalações do prédio, o sistema elétrico começa a falhar, e Doug descobre que Roger Simmons, genro do contrutor James Ducan, não seguiu as suas especificações no sistema elétrico, e que o prédio se encontra com grande risco de curtos circuitos e consequentes incêndios. Enquanto Doug investiga, um incêndio começa no andar 81. Os bombeiros são chamados e têm que lidar com o devastador incêndio e a resistência de Ducan em encerrar a festa no salão, localizado no andar 135,  que está cheio de pessoas importantes, dentre políticos, empresários e etc.
È um filme catrástrofe, tão anos 70, onde há o debate das ações corruptas e megalomaniacas dos homens. A forma de explorar esses assuntos me lembra outros filmes da época como King Kong (o de 1976, que apesar de não ser aclamado, gosto) ou Planeta dos Macacos (que é do fim dos anos 60, e tem aquele final chocante com Charlton Heston e a Estátua da liberdade). Naquela época, eles sabiam fazer filmes catastrófe, sou bem mais aquela narrativa, meio que apontar o dedo, dizendo a culpa é sua, é nossa, do que os efeitos especiais atuais.
O filme, é claro, tem as suas frases de efeito. Adoro, especialmente, as conversas entre o arquiteto de Newman e o bombeiro de Steven McQueen. São ótimas, com McQueen culpando o arquiteto e ele nem tentando se defender (e olha que depois os dois se tornam bons aliados contra o incêndio). É como ele diz,  é quase impossível conter um incêndio num prédio acima de 7 andares (falta de equipamento que chega a grande alturas), mas os arquitetos continuam fazendo os prédios cada vez mais altos. Ou no fim, ele falando que os arquitetos não consultam bombeiros na hora de projetar os prédios, e  Doug dizendo que fará isso na próxima vez.  Há também algo que me lembrou as torres gêmeas nessa conversa, o bombeiro diz que eles tiveram sorte, menos de 200 mortos, mas poderia ser mais, um dia morreria 10 mil pessoas em um aranha-céu desses e só assim eles consultariam os bombeiros. Foi quase profético, não? 
No "11 de setembro" não morreu tanta gente quanto o bombeiro disse, mas morreram milhares, uma quantidade bem alta. Foi por causa de um ataque terrorista, mas os problemas relativos às torres em chamas, escadas quebradas, saída de incêndo irregulares, elevadores que despencaram, ou tiveram mau funcionamento, tudo isso aconteceu no evento real, e foi pincelado no filme. Ou até mesmo o sistema de segurança que não funcionou nos andares mais altos, a falta de treinamento contra incêndio, e até a dúvida em relação se o material usado e o forma que as torres foram projetadas aumentou ou diminuiu a quantidade de mortos (elas continuaram em pé um pouco depois do ataque, o que é um ótimo resultado, mas sucumbiram por causa do fogo e outros problemas pós ataque, será que a estrutura ajudou nisso?).
O roteiro desse filme foi escrito usando elementos de 2 livros "The glass inferno" e "The tower". Depois que descobri isso, me deu até uma vontade de ler pelo menos um deles. Mas não encontrei em sites de vendas brasileiros (aliás, não encontrei o próprio filme também). Uma outra curiosidade se refere a um incêndio que ocorreu no Brasil, do edifício Joelma, que aconteceu em fevereiro de 1974, e não sei  se foi um pouco antes ou depois do filme estreiar. Mas foi uma certa conhecidência, não? Os mortos no incêndio brasileiro foram cerca de 200, muito triste, vi um vídeo no youtube onde as pessoas na rua seguravam faixas de não pulem, mas sei lá, como não fazer isso numa situação de desespero como aquela? Parecia uma alternativa melhor do que morrer queimado.
Inferno na Torre pode não ser um filme tão aclamado! Mas a sua narrativa me prendeu. Cada vez que o incêndio aumentava, e as coisas ficavam mais tensas, era difícil tirar os olhos da tela. A duração é longa (mais de 2 horas e meia), mas eu acredito que  vale a pena ser visto, valia na época e ainda vale hoje. É um bom filme, e mesmo com sensacionalismo-catastrófe, ainda me fez refletir, coisa que eu gosto muito ( mas para os que não gostam disso, não precisa refletir, e o filme continua interessante).

Nenhum comentário:

Postar um comentário