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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Histórias e sensações

Eu estava lá em posição de guarda, já havia deixado passar mais bolas do que deveria. A torcida gritava o nome de outro goleiro. E o jogador batia o penalti. Prometi para mim, se aquela bola entrasse, eu iria atender a vontade da torcida e sairia. A bola vinha em direção ao gol, fui em sua direção e ela se encaixou em meus braços. E o som que eu comecei a escutar mudou, entre gritos de felicitações, era o meu nome que eu ouvia.
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Ela estava  ali, prestes  a pular de um desfiladeiro. A pressão do mundo a impulsonavaa pular, quem sabe, nesses instantes de queda, ela atingisse a verdadeira liberdade,a verdadeira felicidade.  Sentiria o vento ativando as sensações do seu corpo.  Talvez ela voaria para um lugar melhor. Encontraria uma nova morada. Quem sabe? Entretanto, ainda tinha tanto o que viver... Sofrer... Ser feliz... Estava na hora de um passo tão definitivo? Olhou para trás e depois para o penhasco e fez a sua escolha. Pulou com olhos fechados, sentiu o vento a atravessando, a sua vida passava em sua mente.  Ela estava livre? Abriu os olhos, estava perto do chão. Por alguns instantes havia voado.  Chegou ao chão e acordou...  Aquilo fora um sonho? Ou havia acontecido? Para ela, aconteceu sim, em sua mente, sua imaginação, o lugar onde ela existia de verdade. No "mundo real", ela não pularia. Mas o que é real? A mente a faz viajar e a ter sensações que não teria na realidade.  Fora da mente ela não pularia nunca. Por que será?  O fato é que apesar da vida ser difícil, ela a amava.

8 comentários:

  1. Ele estava ali, parado sozinho diante da multidão. O vazio em sua frente justificava o fuzuê que vinha de trás. O trem estava atrasado. Olhou para o relógio em seu pulso, olhou para o outro lado do despenhadeiro. Uma bela moça aguardava diante dele o trem contrário, que a levaria para sempre de sua vida. Seu trem chegou e enquanto fechava os olhos buscando gravar aquela garota em sua mente, preparou o corpo para todo o contato humano que teria no dia. Sim, contato humano, aquela necessidade básica de toda pessoa sã. As portas se abriram e ele sentiu com entusiasmo o gado empurrando-o trem adentro, uma avidez desconcertante, uma indiferença gritante. Quando parou, prensado contra a porta oposta, abriu os olhos e a viu mais uma vez. Sorrindo. O trem se foi e a memória tomou seu lugar. Era uma bela quarta-feira na Sé, pensou.

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  2. Muito bom, WarFalci, adorei o que você escreveu. Gostaria que mais pessoas fizessem comentários assim e que eu tivesse mais escritos desse tipo para responder o seu comentário.

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  3. Menina, que bom saber que voce tem tino para escrita... Manda mais desses textos para apreciarmos...Continue Cintia. Abraços.

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  4. É engraçado como ler nos motiva a escrever. Mas nada nos motiva mais que ser bem lido. :)

    Vou tentar manter um olho por aqui... e postar uma pequena contribuição de vez enquando. ;)

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  5. Essa contribuição será muito bem vinda, WarFalci. Fui no seu blog, e gostei muito do que você escreve (só esta um pouco desatualizado).

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  6. Ele estava ali, sentado no terminal, numa cidade que não era a sua, cansado após um longo dia de trabalho. Sozinho em meio á uma multidão de pessoas sozinhas e cansadas, assim como ele. Nos rostos, tristeza, indiferença, apatia. E cansaço. Almas perdidas e sem destino em corpos aguardando o ônibus que os levaria...levaria para onde mesmo? Não importava. No dia seguinte tudo se repetiria afinal.
    Finalmente, atrasado como sempre, o ônibus chega e ele embarca. Junto com eles os corpos, e olhando pra eles pensa: onde estarão suas almas? Onde estará a sua? É tarde, e enquanto o ônibus segue sua rota, ele viaja. Pra onde vai aquele senhor? Quem estará esperando aquela senhora quando ela chegar em casa? Será que aquela garota linda tem namorado? E o motorista: será que está pensando nos seus filhos? Qual o objetivo de tudo isso afinal? Ele se vê subindo, subindo acima do ônibus, voando. Lá de cima vê ele seguindo sua rota, levando sua carga de sonhos perdidos, desilusões, e porque não esperança. Esperança de que amanhã será diferente. Hora de descer, sua parada está próxima. É uma linda noite de primavera.

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    1. Muito bom, bem no clima dos textos. Obrigada pela contribuição, deixou essa página mais bela.

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