Busca no Blog

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O Líder - Parte 1 ( história em várias partes)

O líder

"Existe uma linha tênue entre coincidência e destino."
A Múmia

1- A mão do destino

Ana Luíza estava dirigindo o seu carro. Ela estava pensando em como a vida mudava e ao mesmo tempo parecia a mesma. Há alguns anos ela sempre fazia esse percurso, onde ela buscava o seu filho Leonardo, Léo como era chamado, na escola. Mas no passado, Léo, a recebia de braços aberto e lhe dava um beijo. Mas hoje ela sabia que isso não aconteceria, ele iria reclamar, e ela podia até escutar as palavras dele: “Mãe, estou com quase 18 anos. Não sou um bebê. Não precisa me buscar na escola.” Mas mesmo assim, quando podia ela gostava de fazer isso. Era uma oportunidade de vê-lo. De saber como ele estava.

Chegou a rua da escola, e parou na esquina. Preferia não parar na frente da escola, pois era muito caótico e todos preferiam parar lá. E ela sabia que Léo teria que passar por aquela esquina e preferia esperá-lo lá. Faltavam alguns minutos para os alunos serem dispensados, então ela retirou um livro da bolsa e começou a ler.
Uma confusão a fez levantar os olhos do livro. Um homem corria descontrolado e entrou em seu carro. Ela estava prestes a sair correndo e procurar ajuda, quando ela olhou para ele e em instantes o reconheceu. Havia passado quase 20 anos desde que eles se viram pela última vez, mas ela não podia esquecer aquelas feições, o nariz fino e bem feito, aqueles cabelos pretos e olhos verdes tão parecidos com os de seu filho. Sim, uma figura do passado invadira a sua vida, ela não tinha medo dele como no início, mas muito rancor pelo passado.
O homem estava assustado, e cansado da corrida. Vestia uma roupa branca como se trabalhasse em um hospital. Ele deitou no banco traseiro do carro, e fechou a porta e disse:
- Eu não vou lhe fazer mal. Por favor, só não diga que eu estou aqui. Só fique quieta.
Ana permaneceu em silêncio até que dois seguranças passaram por ela e um deles falou:
- A senhora viu um homem vestindo roupas brancas passar por aqui?
- Vi sim, ele está no branco traseiro do meu carro. -O homem escondido no carro sentiu seu sangue gelar.E os seguranças se impressionaram com a resposta.
- Senhora? Eu escutei isso mesmo?
- Ahh...Claro que eu não sei de nenhum homem vestido de branco, você acho que eu fico espiando as pessoas pela rua, e deixando desconhecidos entrar em meu carro? Não vi nada. Estava lendo o meu livro.
- Obrigado. Desculpe o incomodo. – os seguranças foram embora
E o homem se sentou no banco traseiro, ainda bem assustado:
- Nossa pensei que teria um infarto quando você disse que eu estava aqui. Obrigado, senhora, agora eu já posso ir.
- Não tão cedo, Marcos. Não antes de me explicar o que você fez para fugir assim daqueles homens e também o porquê de estar vestido como um médico.
O homem já estava calmo, e até sorriu antes de falar novamente:
- Caramba, só pode ser o destino. Você me conhece e sabe que eu não sou médico. Sim, eu posso te falar o motivo de toda essa confusão. Mas antes preciso me lembrar de você, saber se eu posso confiar em você.
Assim, Marcos deu um belo olhar em Ana, tentando pegar todas as suas feições. Viu os seus olhos castanhos claros, seus cabelos anelados e castanhos, quase negros, seu nariz fino, sua boca pequena, e ainda enxergou vestígios do que pareciam ter sido sardas, quando mais nova:
- Ana Luíza, hein. Tem mais de 15 anos que não nos vemos. Desde que terminamos o segundo grau.
- Achei que você não se lembraria.
- Que isso!? Você me reconheceu em instantes, mesmo depois de tanto tempo. Por que eu não te reconheceria?
- Você não dava muito importância para pessoas que não fosse você ou alguém do seu círculo.
- Sim, isso era verdade. Mas sempre tive uma boa memória ... – disse com um sorriso brincalhão.
- Meu filho está chegando. Se esconda novamente... Léo, vem cá...
Léo andava tranquilamente até escutar a voz da sua mãe chamando-o. A sua expressão tranqüila mudou para uma chateada, ele mudou o seu caminho, deu a volta no carro, abriu a porta dianteira e entrou:
- Mãe, eu já te disse para não vir me buscar. Eu não sou criança.
- Poxa, eu adorava quando meu pai ia me buscar de carro na escola. Mas se você prefere andar num ônibus lotado, fazer o quê? Coloca o cinto que estamos saindo.
Ana arrancou o carro e depois de dirigir um pouco, Marcos se levantou, e estendeu o braço para Leonardo para um aperto de mão:
- Muito prazer, Léo Eu sou Marcos. Não esperava que você tivesse um filho dessa idade, Ana Luíza - Marcos olhou Léo de cima abaixo, surpreso com a idade e aparência do rapaz.
Léo estendeu o braço assustado para receber o cumprimento de Marcos e balbuciou algumas palavras:
- A...a..ma.. Mãe quem é esse cara?
- Léo, esse é Marcos, ele foi meu colega de escola e hoje depois de uma confusão nós nos reencontramos. Não se preocupe, não, eu também estou bem confusa. Só estou esperando a gente chegar em casa, para ele esclarecer tudo o que aconteceu.

CONTINUA...

Nenhum comentário:

Postar um comentário