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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Campanha de popularização do teatro em BH- Janeiro


Em janeiro de 2010 começou a 36ª campanha de popularização do teatro e da dança em Belo Horizonte, e até o dia 7 de março haverá a apresentação de peças com o preço de 10 reais. As pessoas podem comprar ingressos com esse valor nos postos da SINPARC. São cerca de 120 peças disponíveis e que serão apresentadas em diversos teatros de BH, inclusive no palácio das artes, onde normalmente os ingressos são bem mais caros.
Eu, como, gosto de teatro resolvi aproveitar essa campanha, e já fui ver algumas peças.
A primeira que eu vi foi “Caju e Totonho, Sem Pensar Duas Vezes!” no dia 08/01, a peça é composta por quadros dos comediantes Caju e Totonho. Para falar a verdade, alguns amigos que escolheram essa peça, pois esse gênero, que é composto por quadros,sem uma história que os une ( meio estilo palhaço), não é algo que me atrai muito. Mas de qualquer forma, eu gostei e deu para rir muito. E também agradou o público que quase lotou o teatro.

A peça seguinte foi “Ah! Sempre Te Ví, Mas... Nunca Te Amei!”, essa foi minha escolha, e vi sozinha no dia 14/01, uma quinta-feira , o que talvez explique a pouca quantidade de pessoas assistindo a peça. A peça conta a história de 2 vizinhos, um ator e uma crítica que por causa de uma rixa pessoal, vivem se atacando através dos jornais, o que prejudica tanto a carreira do ator quanto da crítica. Fui assistir essa peça, pois de certa forma essa história me lembrou o filme “Confissões a meia noite” com Rock Hudson e Doris Day. A premissa das duas histórias realmente é bem parecida, mas o desenrolar é bem diferente. E a peça apesar de não causar muitas grandes gargalhadas no público é interessante e diverte.
No dia 15/01, eu vi a peça “Novas Diretizes em tempos de Paz”, um drama. Fui com um amigo que também gosta de teatro, mas que, segundo ele, esta enjoado de ver “comédias tipo zorra total”. Essa peça originou o filme Tempos de paz, com Tony Ramos e Dan Stulbach, um filme muito bom, mas que muitos não viram, e que deixa, assim como a peça, uma linda mensagem de amor a arte. A história da peça é: No final da segunda Guerra mundial, Segismundo,oficial alfandegário e ex-torturador da polícia política de Getúlio Vargas, interroga o ex-ator polonês Clausewitz, que vem ao Brasil querendo um visto para entrar no país. Devido a capacidade de falar bem o português por Clausewitz, e falta de marcas em suas mãos( ele diz que é agricultor). Segismundo desconfia que ele seja nazista e não um refugiado de guerra comum. Eu já tinha visto o filme, então a peça não me trouxe surpresas na narrativa, mas me agradou muito com seus diálogos fortes e boas atuações, principalmente a do ator que faz Segismundo. O teatro em que a peça foi apresentada é novo e com apenas 40 lugares. No dia em fui deveria ser a 6ª apresentação da peça, mas como o teatro não ficou pronto foi a primeira, e mesmo assim as condições dele não estavam muito boas: com cadeiras duras, falta de ar condicionado, cheiro de tinta, paredes em obra. Mas até que isso deu um charme e uma face mais realista ao porão onde Segismundo trabalhava. Sem contar que a grande proximidade com o palco, com os atores e diretor, que esperou na saída e cumprimentou todos que assistiram à peça, deu uma impressão de intimidade e cordialidade bem agradável.
No dia 17/01, vi com minha irmã de 10 anos “A arca de Vinícius” um musical infantil que conta a história de um garoto chamado Vinícius, que deseja saber como ele pode melhorar o mundo, e é ajudado por anjos nessa tarefa. A peça conta com diversas canções de Vinícius de Moraes e tem um lirismo incrível. Ela me deixou pensando que quando criança, eu deveria ter escutado mais músicas do Vinícius de Moraes e menos da Xuxa. De qualquer forma, foi a melhor peça infantil que eu vi em Belo Horizonte (e olha que eu sempre levo minha irmã ao teatro), e minha irmã saiu com a opinião de que foi a melhor peça que ela viu.
No dia 22/01, eu e meu amigo “enjoado de comédias” vimos o musical “Brasileiro, profissão esperança”. A peça conta através da música da MPB, e de crônicas, a história do Brasil dos anos 50-60 até a época atual. Os principais personagens representados são Dolores Duran e Antônio Maria de Moraes Araújo, um grande poeta, cronista e compositor (que eu nunca tinha ouvido falar). A peça percorre as composições dele e de Dolores Duran, além das suas crônicas. Há também outros compositores como Chico Buarque e Vinícius de Moraes ( olha ele aqui de novo). É um musical cheio de humor, e lirismo, que critica essa mania do brasileiro de esperar sempre um futuro melhor. E de certa forma algumas conclusões sobre a época atual, me deixaram triste, disseram que: foi bom Dolores Duran e Antônio Maria terem morrido jovens, pois assim eles não viram a morte da produção cultural brasileira. Sim, eu concordo, não vejo mais poetas na música atual, as músicas que eu escuto e noto conteúdo e profundidade foram compostas há pelo menos 20 anos. Mas de qualquer forma acho que a peça deixou de mostrar uma época que ainda existia poesia na música: os anos 80, até os anos 70 algumas músicas foram cantadas, mas nenhuma dos anos 80. É um grande espetáculo e vale ser visto.
Bem, ainda há outras peças que eu quero ver, e talvez eu escreva mais sobre a campanha. Quem quiser ir ver uma peça pode dar uma conferida na programação no seguinte link:Sinparc.

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