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domingo, 16 de outubro de 2011

Ele e a lágrima de sangue

Ele havia deixado tudo por ela. Abandonou a organização e seus sonhos de poder por causa dela. Viveram grandes momentos juntos, mas foram pegos. E agora ele enfrentava a sua sentença. Ele era o mais eficiente. Mas não podiam mais confiar nele, as suas ações demostravam que ela era mais importante do que tudo. E a agência não aceitava isso. Ele sabia qual seria o seu destino. E ela, logo ela, confirmou o que ele já sabia. Ele ainda conseguiu "escolher" como seria o seu fim, mas a morte eminente não o perturbava, e sim ela. Ela sabia dos planos desde o início. Aquilo teria sido um teste? E quando foi esse início? Desde quando ela havia planejado aquilo? Não, não podia ser. Ela havia selado o destino dele, o mandou para morte. Mas o amor era verdadeiro. Ele sabia, já havia passado por diversas situações com ela. Ele não era ingênuo e reconhecia essas coisas facilmente. Afinal, era um mestre nesse jogo de sedução. Decidido, ele encararia tudo com honra, não choraria pelos cantos. Cumpriria aquela missão que tinha pedido, a última a qual havia sido designado. E iria até o fim, o sucesso seria alcançado com a sua morte. Se ele quisesse não precisaria morrer ali, mas a verdade é que ele não queria, e não faria um plano para evitar o destino para o qual ela o havia mandado. A sua vida não importava e ele iria até o fim. Estava no local com um colete cheio de explosivos. Recebia e passava informações. Matou alguns inimigos e prosseguiu para a posição final. Estava próximo do fim, ativou a bomba que estava em seu corpo. Em pouco tempo iria explodir. Entrou numa sala  e viu que os inimigos estavam caídos. Alguém já havia derrubado todos, e só podia ser ela. Olhou o rastro de homens e a viu. Por instantes, ele não conseguia pensar direito. Ela se aproximou, e retirou o seu colete. O chamou e saiu através de um buraco na parede que ela havia feito. Ele a seguiu. E a sala explodiu. Ela o havia salvado. Eles correram para longe daquele lugar. E ela conversou com ele. Ele queria saber por que ela o tinha salvado. Se havia algo verdadeiro. E a resposta foi imprecisa. Ela lhe deu um aparelho que o ajudaria numa fuga. Mas ele  pediu que ela viesse junto. Ela não podia e ele tirou os óculos dela para olhar em seus olhos.  Queria a verdade, o que ela queria. Mas  ela disse "Eu não te amo. Nunca te amei". Pronto, era aquilo. Parecia verdade, mas será que era mesmo? Eles viveram tanta coisas juntos. Não podia ser. Entretanto ela havia dito olhando em seus olhos. Ele não demorou muito para agir. Não iria chorar, não da maneira convencional, isso não fazia parte da personalidade dele. Ele pegou um canivete e fez um corte abaixo de um de seus olhos. Uma longa lágrima de sangue escorreu pelo seu rosto.  Devolveu o aparelho a ela, e foi embora sozinho sem mais  nenhuma ajuda dela.
-------Postagem vinculada: Ela a lágrima de sangue  

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