Continuum começa em 2077, em um mundo administrado pelas Corporações,
o que traz aspectos interessantes como uma sociedade fria, sem liberdade, mas
eficiente. Um grupo de rebeldes chamado
Liber 8 mata milhares de pessoas, e seus membros são condenados a morte. Mas
durante a execução, em vez de morrerem, eles são enviados ao passado junto com
a protetora Kiera Cameron (uma espécie de policial do seu tempo), e acabam
presos em 2012. O grupo pretende mudar o futuro. Enquanto Kiera (que
tem filho e marido em 2077, e deseja muito voltar ao seu tempo) tenta impedir suas
ações com ajuda da polícia da época atual e do genial adolescente e futuro
empresário poderoso, Alec Sandler.
Eu comecei a assistir a série acreditando no potencial da
história. Mas não fiquei tão entusiasmada quando vi o primeiro episódio. Não
gostei muito da protagonista, ou melhor, a principal não me convenceu muito
(talvez por causa da atuação). Sem contar
que os rebeldes do Liber 8 me pareceram um tanto caricaturados, sem respaldos
ideológicos (com exceção de Edouard Kagame, esse sim parecia ter alguma crença
nas suas ações). E inicialmente, simpatizei apenas com Kagame, e gostei do
mistério envolvendo Alec, pois aparentemente o seu eu do futuro estava
envolvido nessa viagem do tempo.
Mas com o tempo, Kiera começou a adquirir mais expressão, se
envolver com as pessoas da “nossa” época, agir mais de acordo com a situação. E
nessa etapa, novos personagens foram delineados como Carlos Fonnegra, o
policial “galã” e parceiro de Kiera, que ainda tem que mostrar algumas coisas
para se firmar como um dos preferidos.
Alec que é um rapaz genial, e bonzinho, mas que traz uma história e
trajetória familiar bem relevante para a trama, e tem aquele mistério de como
ele se tornou a sua contraparte sombria do futuro, sempre sabendo das coisas e
dominando tudo (gosto mais do Alec do futuro, hahaha, acho bem mais
interessante). E Matthew Kellog, um membro do Liber 8, cheio de intenções
dúbias, que gosta de viver em 2012 e acaba ajudando Kiera
A história traz alguns dilemas científicos, como aquela idéia
de mudar o futuro, ou matar alguém para impedir uma pessoa existir ou evento
acontecer. Olhando esse problema, acho que a série conseguiu contorná-lo muito
bem, dando a impressão de que provavelmente eles não podem mudar o futuro e que
tudo, até essa viagem no tempo, estava destinada a acontecer. Os eventos em
volta de Sandler é o que mais demonstra essa visão.
Nos episódios iniciais, Kagame fica sumido, mas as coisas
começaram a melhorar e fazer mais sentido para mim depois da sua volta. Com ele
comandando o Liber 8, o grupo deixa de ser
um monte de soldados acéfalos que só explodem coisas, começando a ter ações
mais inteligentes e demonstrar suas
motivações e ideologias. Kagame surge com objetivo de mudar as pessoas através
das idéias fazendo-as participarem da ação, em vez do grupo apenas cometer
atentados terroristas e ações violentas.
Nessa etapa, fui conquistada. E esse mistério acerca da viagem do tempo de
Kiera, o envolvimento de Alec e até de Kagame, e as ações desse último contribuíram
muito para isso. Foi quando a série vislumbrou
o seu potencial. Sem contar que a protagonista acabou ganhando a minha
simpatia, depois que fui assistindo uma seqüência de bons episódios, claro que
tiveram alguns não tão bons, mas não achei nenhum ruim.
A primeira temporada teve apenas 10 episódios, já assisti o
último e posso dizer que realmente valeu à pena acompanhar essa série. E o
gancho da última cena do episódio final me deixou muito curiosa com a próxima etapa
( o que Alec vai falar a Kiera ? Espero
que tenha uma próxima temporada, por
favor!). E eu realmente quer que no próximo ano continue nesse ritmo, nessa
escalada e nesse desenvolvimento dos
seus mistérios e personagens.
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