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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Millenium - Os Homens que não Amavam as Mulheres

 Millenium- Os homens que não amavam as mulheres foi indicado ao Oscar 2012. Se ele tem ou não chances em alguma das categorias que concorre, eu não sei. Mas que não me arrependi das quase 3 horas que passei no cinema para assisti-lo, isso é uma grande verdade. Pelo contrário, gostei bastante e nem senti o tempo passando. Gosto de histórias de mistério e o filme caiu como uma luva para mim. Adorei! Mas afinal do que se trata?
O filme, que tem como título original The Girl with The Dragon Tattoo,  é baseado no primeiro livro da trilogia Millenium. Para quem reclama da tradução brasileira, vou dizer uma coisa, o título do livro-filme é mais próximo do original sueco, que o título em inglês, então eu não tenho nenhuma resalva em relação a isso. E ahh, esses homens do filme não se refere a homossexuais e sim homens que cometem violência contra mulheres e durante o filme pode se ver alguns deles. A história começa com o idoso Henrik Vanger recebendo um quadro e agindo de forma triste e misteriosa. Logo após, há uma apresentação com música,  e imagens escuras, muito bem feita, e relacionada ao filme, o que me lembrou os filmes de James Bond. E é até engraçado, já que após a apresentação, aparece o jornalista Mikael Blomkvist (interpretado por Daniel Craig, o atual 007). Ele foi condenado pela difamação de um empresário, e tem a sua credibilidade bem abalada. Assim, recebe a proposta de Henrik para investigar o desaparecimento e provável assassinato da sua sobrinha-neta Harriet, acontecido há quase 40 anos. Mikael acaba aceitando e mergulha numa investigação onde muitos segredos são revelados. Em paralelo, é apresentada a  inteligente e complicada punk Lisbeth Salander (Rooney Mara, a tal garota da tatuagem), uma investigadora e hacker excepcional, que é vítima de crimes violentos e acaba ajudando Mikael na sua investigação. 
A história da rica família Vanger é bem interessante, envolta com assassinos seriais, personagens nazistas e violentos. É um bom início para apresentar os personagens principais, que aparecerão em outros livros. Mikael Blomkvist, um jornalista integro, idealista, charmoso e mulherengo, que foi pego numa armadilha, é um persongem promissor, é o tipo héroi, e foi muito interpretado por Daniel Craig, mas quem rouba a cena é Lisbeth Salander. A personagem punk e aparentemente frágil, que vive sob tutela do estado, é marginalizada e tem  grandes dificuldades sociais, entretanto, possui uma grande força e carisma. Uma pessoa bem complexa, e Rooney Mara fez um grande trabalho como Lisbeth(tanto que foi indicada ao oscar), assim torcer por ela e sua cruzada de vingança é ótimo. É interessante ver como uma mulher tão magra e baixa, pode causar tanto medo e estrago em certas partes. E se vingar. Ainda há uma atmosfera obscura, fria, cenas e cortes rápidos que mantém a tensão e o tempo nem parece passar.
A narrativa é dividida em duas esferas, inicialmente, o lado de Mikael e sua investigação da família Vanger e o lado de Lisbeth, seus problemas sociais e seu novo tutor abusivo. A primeira vista, a única ligação entre as histórias, é que ela faz um relatório sobre Blomkvist antes dele ser contratado por Henrik Vanger. Assim, em certa parte eu até me perguntei, qual era a ligação, pois por mais que a parte de Lisbeth fosse interessante, não entendi facilmente o motivo de estar ali. Quando Mikael e Lisbeth se juntam, é quando as coisas começam a fazer sentido, e a pegar fogo, com uma boa dinâmica entre os personagens, a compreensão e o entendimento de ambos,  assim eles formam um certo elo, algo que Lisbeth nunca havia conseguido antes. Uma excelente dupla investigativa. Pode pensar que eles demoram muito para se juntar(isso se não considerar o livro, que demora mais ainda haha). Mas acredito que não, toda a história serve para mostrar a violência da sociedade e a personalidade deles, e quando os dois se juntam na investigação, se faz o climax. E o filme realmente tem certas cenas chocantes e violentas como a de um estupro, muito bem construída, dura e crua. Há ainda que se notar um certo alongamento no final, já que após a revelação do mistério principal, há cerca de 20 minutos de filme, com  um acerto de contas  e o desenrolar dos relacionamentos dos personagens. O filme poderia ter passado sem isso? Poderia, mas considerando que se trata de uma série de livros e possivelmente uma série de filmes, se isso não acontecesse, não deixaria um gancho para uma continuação e ficariam buracos sobre o que vem a seguir. Em suma, esses 20 minutos são importantes para entender o que vem  nas próximas histórias.
Antes de ver o filme, nunca tinha escutado sobre a série Millenium de Stieg Larsson,  então tudo o que eu vi na tela foi completamente novo. Eu realmente gostei, tanto que acabei comprando os livros, e entrando numa maratona de leitura, haha, os livros são contagiantes, e li as mais de 1800 páginas em um tempo recorde. Assim, achei esse filme bem fiel a história do livro, tendo inclusive o tal epílogo que pode parecer desnecessário a primeira vista, e mostrando tais acontecimentos de forma bem parecida com o livro. Há mudanças é claro, mas nada muito importante, ou que mude a visão básica da história e dos personagens. Ao meu ver esse filme de Hollywood, é bem mais fiel a história do que os filmes suecos (ahh, sim, fizeram 3 filmes suecos, cada um referente a um livro), onde mostra uma Lisbeth como um verdadeira vingadora,  quase sem sentimentos românticos e apego e um Mikael não tão charmoso e mulherengo. 
È um ótimo filme e eu realmente recomendo, ainda mais para quem gosta de thrilers. Conta com um bom roteiro, personagens e atuações. Tudo que para mim um grande filme precisa, e além disso, há um bom trabalho na parte técnica. Assim, aproveitem enquanto podem, e deêm uma  chance ao filme. Ele não teve um público muito grande, e a sua continuação não é garantida, mas eu realmente gostaria de ver esses personagens novamente no cinema e fico torcendo por isso (ahh, mas não preocupe o filme tem um final fechado e satisfatório).
*  Ganhou o prêmio de melhor montagem no oscar de 2012, o que surpreendeu  algumas pessoas, não pela falta de merecimento, mas porque acreditavam no favoritismo de "O artista" nessa categoria. De qualquer forma, foi um prêmio merecido, e serviu para o oscar não passar em branco para o filme, que merecia mais prêmios (pelo menos outros técnicos, não teve um grande público, talvez prêmios reforçassem a sua qualidade, garantindo mais público e a sequência ). Ronney Mara concorria ao oscar, mas Meryl Streep ganhou a estueta. Não vi o filme da Meryl, então posso falar muito, e dizer que não foi merecido pode ser bobagem, já Meryl Streep é a rainha das indicações, e só pela sua carreira merece. De qualquer Ronney, esteve ótima, era a própria Lisbeth Salander, e merece indicações e até mesmo prêmios. 
*Para quem gostou desse post:Triologia Milennium: Os livros

2 comentários:

  1. Eu a muito tempo fico encarando os livros da trilogia pra comprar, mas até agora ainda não compre kkkkkk. Assisti a versão sueca do primeiro filme achei interessante, apesar de ouvir que a versão americana ficou melhor. E com isso só deu mais vontade de comprar os livros. Mas pelo que você escreveu ( e seu entusiamos) só fez dar mais vontade ainda de ler a trilogia kkkkkk.

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    1. ahhh, a triologia vale a pena ser lida sim, tem os seus defeitos, é verdade, mas gostei muito de lê-la e li tudo em apenas 10 dias, um recorde para mim, que ainda tinha trabalhar e fazer os deveres do dia a dia. gostei bastante da trama e dos personagens. Quanto ao filme novo, dá uma conferida também, ele é muito bom, e como você já viu o sueco e não leu os livros, de qualquer forma se ler o livro, já vai saber sobre a trama, assim assista esse novo também, que eu achei bem melhor e cujo o público não foi tão grande, espero que consiga arrecadar mais um pouco para estimular a fazer as continuações. Quanto ao filme sueco, há 3 filmes, um de cada livro.

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