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domingo, 11 de setembro de 2011

Pedra sobre Pedra, será que posso falar de novelas?

Sei que muitos viram o nariz para as novelas brasileiras, dessa forma, é com certo temor que eu começo a escrever esse post. Já vi uns tão revoltados com as novelas, que xingam todo o bom gosto do brasileiro quando vêem a quantidade de comentários e notícias sobre novelas que é veiculado nos sites brasileiros. Olha a verdade é que eu gosto muito de filmes, séries, livros , quadrinhos e etc. Mas também já  gostei  e ainda gosto de algumas novelas brasileiras.  Como menina que cresceu no interior, onde muitas vezes só pegava o canal Globo, passei  as tardes da minha infância nos anos 90, assistindo Vale a pena ver de novo e Sessão da tarde. E é com uma grande nostalgia, que lembro dos “clássicos” da sessão da tarde,  que assisti várias vezes como  A Lagoa Azul, Quero ser Grande, Curtindo a  vida e outros. E também lembro das novelas  como Tieta, Fera Ferida, Mulheres de Areia e Pedra sobre Pedra. Acho que muito do meu gosto por seriados tem sua raiz ao assistir novelas, e para os que  xingam essas, convenhamos se for olhar a qualidade técnica e até outros aspectos, não tem para quase ninguém. Novela é algo que brasileiro faz com grande qualidade.
Pedra sobre Pedra é uma novela que foi exibida inicialmente entre 6 janeiro a 31 de julho de 1992. Mas eu não lembro dessa primeira exibição, me lembro de quando a assisti em 1995 no Vale a pena ver de novo . Eu tinha 10 anos, e não possuía lembranças extremamente detalhistas, mas ainda tinha na mente a história geral, as minhas preferências, alguns acontecimentos, personagens e as boas sensações que senti quando a vi. Sério, pode dizer que eu era até um pouco viciada nela. É uma das novelas  mais antigas que eu me lembrava com uma certa riqueza de detalhes, e como a sensação  de nostalgia era tanta, eu resolvi assistí-la novamente.
A história dos personagens principais, Murilo (Lima Duarte) e Leonardo Pontes (Maurício Mattar), Pilar (Renata Sorrah) e Marina Batista (Adriana Esteves), segue aquela linha de Romeu e Julieta com famílias inimigas, e um amor proibido e escondido ( depois de revê-la achei que o anime Basilisk e a novela tem mais  alguns elementos parecidos entre si, além da história de Shakespeare).
O primeiro capítulo, de certa forma, me lembrou um duelo de filme faroeste, onde o encontro de dois pistoleiro está  marcado e todos ficam apreensivos até o tal encontro acontecer.  No caso  os “pistoleiros”  com encontro marcado são Pilar Batista e Murilo Pontes. Dois líderes políticos em Resplendor, que depois de 25 anos de briga e separação vão se encontrar para uma conversa.A história e os acontecimentos do passado são narrados por outros personagens. Os Batistas e Pontes são inimigos há muito tempo. Jerônimo Batista e Murilo Pontes além do conflito político, são apaixonados pela mesma mulher, Pilar. Ela é noiva de Murilo, mas acaba desconfiando que esse seja o pai do bebê, que sua melhor amiga Eliane, espera. Se sentindo traída, ela diz não em pleno altar. Ele acaba se casando com Hilda e Pilar com Jerônimo. Murilo tem um filho, Leonardo. E como político vai para Brasília com a  família. Pilar tem uma filha, Marina, e fica viúva.  Os dois juram ter um ódio mortal (apesar de ser  apenas um amor mal resolvido), e passam os anos  lutando contra o outro e cada qual tem o objetivo de que seus filhos se tornem prefeitos e assumam o poder em Resplendor.
 Depois de 25 anos, Murilo volta a Resplendor e propõe uma aliança com Pilar contra Cândido Alegria, que ameaça tomar o poder na cidade e possui um caráter duvidoso.  Pilar se recusa e os dois continuam a disputa, cada qual lançando o filho como candidato a prefeito. O problema é que Leonardo e Marina, se conhecem ao voltar para Resplendor, e acabam se apaixonando. E por causa da briga de família e com a ajuda de alguns aliados, passam a viver um amor proibido e escondido, com esperança de algum dia acabar com essa briga que dura gerações.   
Há vários outros personagens dignos de nota, e talvez um que ainda muita gente se lembre, é Jorge Tadeu, o fotógrafo cheio de mistérios que seduzia as mulheres casadas da cidade e acaba sendo assassinado. E mesmo depois de morto ainda aumenta o chifre dos maridos de Resplendor, haha. Úrsula Pontes, a  principal admiradora dele que o diga  A cena em que ele é encontrado morto é bem interessante, bela por assim dizer, ele aparece cheirando a um perfume de flores e envolto em borboletas. Cena bem bonita mesmo. Quanto a resolução de quem é o assassino deste, achei meio fraca, aliás na maioria das histórias que eu vejo tenho a decepção neste quesito, e ao meu ver, a grande maioria das novelas pecam nisso também.
Outra personagem com um pé no sobrenatural é Dona Quirina,a bisavó de Marina, que especulam que tenha mais de 100 anos, e  que "foge" da morte, conversa com os espíritos e sabe de várias que aconteceu,  acontecem e vão acontecer na cidade. Há também, Sérgio Cabeleira, que sofre por uma maldição relacionada a Lua cheia. Em relação a esse personagem a minha memória falhou, eu achava que ele era um lobisomem, mas não é isso. 
Há também um núcleo cigano na novela, composto principalmente por Vida, Iago e Tibor. Há até um personagem homossexual,  que mesmo para os mais conservadores não deve ter causado polêmica. Adamastor era o encarregado do Grêmio Reacreativo (o lugar onde os homens da cidade iam se divertir) e tinha um coração mole como ninguém. Era apaixonado por Carlão Batista e fazia tudo por ele. Mas esse não sabia ou não queria saber dos verdadeiros sentimentos do amigo.
 Já reparei que a preferência em relação a personagens varia bastante nessa novela. Eu normalmente iria apreciar e eleger Pilar Batista e Murilo Pontes como favoritos, os dois são fortes, tem objetivos, são apaixonados, cheio de orgulho e personalidade. São personagens muito bem construídos, mas não são os meus preferidos. Quando criança, os meus preferidos eram Marina e Leonardo, pensei que mudaria por causa do meu amadurecimento, mas não. Continua sendo eles. Gosto bastante do amor proibido dos dois. Da forma que o dois conseguiram adiar a descoberta do romance deles e como bolaram diversas estratégias para continuar juntos. Marina apesar de mais frágil e sensata que a mãe, também tinha sua força e era bem inteligente, conseguia pensar em estratégias até para ajudar Pilar.
Ela queria mesmo ser prefeita, queria o poder para melhorar a vida na cidade. Era uma prefeita que eu gostaria que existisse mesmo. Leonardo não queria ser político e apoiou Marina, ele não se importava com brilho dela, na realidade ele admirava a vocação dela pela política. Mas isso não quer dizer que ele não era forte e tinha idéias próprias, na realidade, talvez ele seja o único da cidade (além de Pilar), que realmente enfrentava Murilo. Ele não queria seguir o destino que o pai dele traçou, queria trabalhar pela cidade, mas não como prefeito. E quando chegava a hora de enfrentar o pai, Leonardo era ótimo. Aliás, as discussões dos dois são emocionantes, viscerais, muitas vezes quase saem no braço, e Leonardo não abaixava a cabeça.
 Mas talvez, há um outro motivo para não eleger Murilo e Pilar como preferidos, Hilda Pontes. Hilda é uma das personagens mais genuinamente boas que eu vi. Deixava o marido lhe enganar, suportava a cunhada, e mesmo assim amava como ninguém. Amava e ajudava o filho, a sobrinha, até a amante do marido. Ela realmente queria o bem, mas não era fraca, tinha os seus ideais e muita inteligência. Hilda também vem antes de Pilar e Murilo na minha ordem de preferência.
Já Jorge Tadeu, eu nunca gostei muito. Ele era um personagem engraçado, e era interessante o mistério dele em relação ao lençol de diamantes. Mas não posso gostar de um sedutor mulherengo como ele,  que volta do mundo dos mortos para continuar seduzindo as mulheres. Isso eu não consigo gostar.
Já no campos dos vilões, aqueles que adoro odiar. Ha.ha. Os principais eram Gioconda Pontes, Eliane (a filha) e Cândido Alegria. Gioconda Pontes era uma beata racista e mandona e não tinha como gostar dela. Eliane, no início, parecia amiga da família Batista. Mas depois mostra todo o seu veneno e de certa forma ela tinha alguma razão a agir de tal forma, mas foi longe demais. Cândido Alegria é um homem que veio debaixo, que usa e usou de todos os meios para conseguir poder. Passa por humilde mas que por trás apunhala. É realmente um vilão escorregadio e odioso, que teve "mocinhos" a sua altura.
Pedra sobre Pedra é uma novela das antigas, que vi com grande sabor de nostalgia e que possui boas características difíceis de encontrar nas novelas atuais. È muito bom estar assistindo-a novamente. Mas até agora há uma pergunta que eu não consegui responder. Afinal qual é a profissão de Leonardo Pontes, Engenheiro de Minas ou advogado? HaHa. Pode ser um pergunta boba, mas ainda paira em minha mente.
*Abaixo vai a primeira parte do primeiro capítulo de Pedra sobre Pedra, que foi postado no Youtube:                     


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4 comentários:

  1. oi gostaria de saber sevc poderia postar o ultimo capitulo,mas precisamente a parte em q aparece o saudoso diretor da novela Paulo Ubiratan,que acaba ficando com a Pillar,desde ja agradeço.

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  2. Bem, no youtube há um canal que já postou a novela toda, ou seja a parte que vc quer já está postada, além de todos os capítulos que passaou no vale a pena ver de novo, o link é http://www.youtube.com/user/novpedsobped, (o último capítulo foi colocado com o número 87)

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  3. Eu amo essa novela. Perfeita. Amava o amor proibido, a la Romeu e Julieta. O toque de sobrenatural. E amava tb o Jorge Tadeu, discordo de vc. Até hj vendo aquela flor, me lembro dele, ou qdo ouço a música. . . Nenhuma novela das atuais, por mais bem feita que seja, chegará aos pés dessa, de Tieta, Vamp, ou qualquer obra prima das antigas. Qto quem critica quem vê e gosta de novela, a maioria é intelectualóide metido a besta. E concordo com sua comparação, acompanhar uma série em inúmeros episódios e temporadas é praticamente o mesmo que acompanhar uma novela.

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    1. Eu também tenho paixão com pedra sobre pedra. Gostava de diversos acontecimentos e personagens, e eu sei o quanto Jorge Tadeu foi importante e apreciado. Mas isso é algo pessoal, dificilmente eu gosto de personagens cafajestes (posso gostar dos ruins, mas cafajestes mulherengo é muito difícil). Assim eu não gostava de Jorge Tadeu, que era um baita de um mulherengo cafajeste,mas isso é coisa minha, nada contra quem gosta, e eu também chamo aquela flor, de flor de Jorge Tadeu e quando ouço a música, lembro dele, mas não o apreciava não. Bem para mim o romance de Léo e Marina foi uma das melhores "adaptações" de Romeu e Julieta, e sim é difícil encontrar novela boa como essa hoje em dia. E minha raiz de acompanhar seriados, começou com as novelas sim.

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