O Rei Leão voltou aos cinemas depois de quase duas décadas de sua estréia original em 1994. Esse filme é especial para mim, pois foi a primeira vez que fui ao cinema. Nessa época eu morava em uma cidade pequena, e em férias que eu passei com minha família na Bahia, fui conferir o filme em Salvador. E realmente foi um excelente início na minha vida de cinéfila. Há alguns dias, fui conferir o filme nos cinemas, que dessa vez estreiou em sua versão 3D.
A história do filme não é novidade já que não percebi cenas novas nessa versão. Assim, conta a saga de Simba, um filhote de leão que deve se tornar o novo rei. Mas o seu tio Scar mata o seu pai, Mufasa, e faz com que Simba acredite que seja culpado pela morte. Com culpa, ele foge do seu reino e acaba conhecendo o javali Pumba e o suricata Timão. Os dois incentivam Simba a esquecer seu passado, esse acaba se juntando ao grupo e se tornando adulto. Até que um dia, ele encontra Nala, sua amiga de infância, que conta sobre o reinado tirano do seu tio Scar e pede que ele volte e assuma o seu trono.
O filme foi uns dos últimos grandes sucessos da animação tradicional, encantou e até hoje encanta as pessoas que o assistem. Pode parecer que o seu público alvo são crianças, mas na sessão que eu vi, não foram as crianças que ficaram mais animadas ou impressionadas, e sim os adultos, buscando talvez aquela sensação da infância. Sério, quando as músicas tão conhecidas do filme começavam, as vozes que escutava cantando não eram infantis. Realmente é inegável a sua qualidade, seja na animação, história, ou nas músicas. A verdade é que eu sinto falta desse tipo de história da animação tradicional. Gosto bastante das histórias da Pixar e outras de animação digital, mas ainda gosto dos clássicos disney, com pouco sacarmo, com seus personagens bonitinhos e números musicais. O rei leão é um clássico, e até hoje me emociona, fiquei com vontade de chorar em várias cenas, principalmente nas de Simba e Mufasa.
Ver o filme no cinema vale a pena, pois ele é um marco, um verdadeiro espetáculo. Mas o 3D me decepcionou, não acrescentou nada. Nos últimos tempos tinha parado de ver os filmes 3D, pois na em raríssimos casos eu chego a conclusão de que o 3D valeu o valor a mais que paguei no ingresso. Cinema 3D me parece mais um modismo e a qualidade dos efeitos é muita vezes deixada de lado. Abri uma exceção para o Rei Leão, e não me arrependo pois só conseguiria vê-lo nos cinema com esse formato e esse filme vale o preço do ingresso mais caro. Porém eu esperava um pouco mais, de pelo menos de uma cena, a do estouro da manada de Gnu que causou a morte de Mufasa. Eu pensei, nossa essa cena que é belíssima, vai ficar excelente em 3D, vou ver aquele monte de gnu correndo em direção a "mim". Mas não aconteceu, pois a cena não foi feita em 3D, e eu vi a mesma cena de antes.
E então, valeu a pena? Como dizia, Fernando Pessoa, tudo vale a pena se a alma não é pequena. Ou seja valeu sim, o filme continua quase o mesmo, mas é ótimo cantar as músicas novamente, ver (em tela grande) e lembrar das histórias dos personagens tão queridos e conhecidos. Chorar na morte de mufasa. E até pensar em como são curtos os bons momentos de Simba na terra do rei. E ver o ciclo da vida se renovando...
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