Postagem episódio anterior:A Red Wheel Barrow.
De coração apertado, mas cheio de esperança.
De coração apertado, mas cheio de esperança.
>>>>> Spoilers Abaixo <<<<<
Acho que vou ser um pouco sentimental com essa review. Assim
já peço desculpas antecipadas por isso e a quem não gostar dessa direção. Eu mesma admito que esse é um foco estranho
para uma série de espionagem.
Mas para mim, esse episódio não pode ter outra abordagem.
Pois embora tivemos jogadas de espionagem,
algumas interessante por sinal. O que prevaleceu com seus acontecimentos
tocantes, o que carreguei ao terminá-lo, foi uma tristeza, talvez um saudosismo.
E isso não é uma
crítica ruim. Há de se constatar que foi uma tristeza diferente daquelas
devastadoras que me fazem pensar que a vida não vale a pena. Pois apesar de um
episódio doloroso, lento em vários momentos, com cenas emotivas (tristes,
saudosas, algumas até românticas, e sem chegar ao patamar sexual),
distanciamento, a perda do instinto de sobrevivência, derrotas, no fim, o que
prevaleceu foi a vitória, e a ideia que a vontade consegue tirar qualquer um do
fundo do poço, mesmo o poço sendo realmente bem fundo.
Esse é o caso de Brody. Podemos dizer que em “One Last Time” ele voltou de verdade a série
sendo o foco desse capítulo. E inicialmente se apresentou como um homem
destruído, doente, viciado, sem vontade de viver (da mesma maneira que o vimos
no fim de “Tower of David”)
Só que nesse, ele tinha que se recuperar para executar o
arriscado plano de Saul (bota arriscado nisso, até pro nível de Homeland há
muitas chances de falhas).
Plano que consiste em levar Brody ao Irã para matar o chefe
de Javadi de modo que esse assuma o poder, abrindo uma conversa com os EUA para
trilhar a paz entre os dois países (olha quantos pontos delicados tem? Depositando
tanta confiança em gente duvidável. Mas por outro lado, sabemos o plano, oba!)
E como recuperar a alma de uma pessoa, trazer um personagem tão
devastado e afastado da trama é difícil, o que poderia levar muito tempo. Tiro
o chapéu para o modo que fizeram isso de maneira rápida, pois apesar do plano com
problemas, a volta me convenceu .
O primeiro empecilho se mostra no próprio estado físico e
mental de Brody. Mas sendo parte primordial, Saul fez de tudo para recuperá-lo.
Deu muita pena ver o ex-sargento passar por essa dura trajetória (desintoxicação,
a necessidade das drogas, ataques violentos, auto flagelação e etc.).
E nem adiantou usar medicamentos ilegais para ele se
desintoxicar mais rápido, jogar Brody no meio do mar, Saul dizer sua opinião na
cara dele (ele pode ser inocente do último ataque, mas não foi inocente em outros).
Não adiantou, pois o homem não tinha vontade de viver. Não via motivos pra
isso. O emocional era mais importante e mais difícil de tratar que o físico.
Assim Saul teve que
usar a sua cartada mais arriscada, e que ele se esforçou tanto para não
utilizar (até numa espécie de prisão hospitalar, ela estava sendo mantida):
Carrie.
E pensando na situação dela, que continua grávida (mesmo que
alguns sugeriram e até torceram para que ela perdesse o bebê após o tiro), depois
da sua última ação, ela vivenciava uma espécie de afastamento da CIA, chegando à
conclusão de que seu mentor a deixava cada vez mais no escuro, além de agir
contra ela (a perda de confiança entre eles é evidente).
Só que mais uma vez, foi Carrie que em duas vertentes diferentes
conseguiu que o plano continuasse sendo executado.
A primeira inusitada e acidental se refere ao vazamento da informação
de que Saul havia viajado para Caracas.
O desenvolvimento sobre o amante espião israelense de Mira
foi rápido, e supreendentemente vantajoso para Saul, que conseguiu umas semanas
para recuperar Brody e executar o seu plano (tempo realmente necessário).
Mesmo assim sua conversa com o senador, ainda pode trazer
algumas dúvidas. Será que o barbudo quer apenas a paz entre o ocidente e o
oriente médio com seu plano? Ou ele ainda vai conseguir tirar Lockhart da CIA?
Desde a primeira e principalmente na segunda temporada, a
agente, talvez por ter uma ligação emocional com ele, é a única que se mostra
efetiva em tirá-lo de qualquer situação, colocá-lo de “ volta aos trilhos”. Ela
o conhece mais do que ninguém, ao mesmo tempo em que se importa com ele, mas
também sabe usar os seus conhecimentos para convencê-lo (ou talvez
manipulá-lo).
Nesse ponto, foi com certo prazer que vi Carrie e Brody
contracenando. Para mim, eles possuem um carisma, uma força, e conseguem tornar
uma trama chata, lenta em algo emocionante (diferente da família Brody e outras
parcerias). Como os dois funcionam bem. Uma
pena que eles não devam contracenar mais tão logo.
E até foi interessante ver a situação inicial do
distanciamento deles. Brody , em seu atual estado de espírito, não demonstra
muita reação a ela. O que a abala, mas não faz a faz perder as esperanças.
Pois motivar Brody, Carrie realmente faz como ninguém. Mesmo que suas ações a façam ser chamada de
vadia pelo pai do bebê que espera, o
homem por quem arriscou sua vida diversas vezes. Ela sabe apertar os botões
certos para levá-lo a ação com seu grande ponto fraco: Dana.
O foco nessa personagem tem sido um dos meus motivos de
chateação com essa temporada. Dana não funciona bem nas suas peripécias
individuais. Mas eu nunca neguei que gostava dela em seu relacionamento com o
pai.
E foi assim que ela voltou a Homeland, no ponto em que
funciona (claro que citam suas ações individuais na temporada, como se os
roteiristas quisessem mostrar que tanto foco tinha motivos).
Mas dessa vez gostei da aparição de Dana, o fato dela levar
Brody num caminho de reparação e redenção pela culpa e amor que ele sente por
ela. O encontro, a conversa dos dois foi coerente, sincera, dura e me tocaram
de verdade.
E à medida que a situação de Dana motivou Brody. Ele
recuperou o interesse pela vida. Começou a modelar o corpo e a mente. E a mostrar
um pouco do seu lado emocional além da filha.
Essa parte pode soar um tanto romântica e novelesca (coisa
que muitos não gostam). Mas eu cresci assistindo novelas e não sou de cuspir no
prato que comi. Assim o romance mesmo
numa série de espionagem pode me interessar.
E de certa forma, foi diferente a conversa de amigos entre
Brody e seu colega sobre Carrie. Ele mais do que ninguém é difícil de demostrar
esse tipo de sentimento romântico.
Mas deu para perceber também através de uma fala posterior
que ele não se sentia confortável com o “afastamento” dela. E mais sentimentos
foram mostrados quando ele diz que voltará do Irã (Brody está ciente que tem
poucas chances disso acontecer) e não só por Dana. É sua força de vontade de
volta.
E em muitas dessas conversas, olhares. Vou comentar isso com
medo de soar bem sentimental no nível
novelesco. Eu sentia um mistério a mais me guiando, bem, não um mistério. Era mais uma dúvida. Será que Carrie irá
contar sobre a gravidez agora?
Essa gravidez foi muito contestada. Não tiro as razões disso. É um ponto problemático. Mas até que entrei
no jogo de contar ou não desse episódio. Meio que é algo que começou a me
despertar mais interesse. Ainda mais que ninguém além de Carrie (e médicos)
sabe.
A verdade é que eu comecei a divagar. Essa missão de Brody
traz muitos riscos. E mais uma vez a possibilidade da sua morte surge com
força. Nas outras ele escapou, mas e se não escapar dessa?
Seria esse filho uma maneira de nos lembrarmos de Brody e
sua influência na vida de Carrie caso ele morra? Seria a maneira que os
roteiristas criaram para ter um laço emocional forte para Carrie substituindo a
atual ligação com ele? Já ouvi comentários de que ela não terá esse bebê, pois
não funcionaria uma agente da CIA com um filho. Mas e se for justamente para
substituir as suas motivações e atenções? Bem... De qualquer forma, Brody ainda
não morreu e talvez isso nem aconteça (eu gosto do personagem e nem quero
isso).
O que se sabe agora é que o foco será na missão dele, sendo
que possivelmente teremos mais ação e emoção nos 3 episódios finais dessa
temporada que estava um tanto mais lenta que as anteriores. Será que não haverá
algumas surpresas e viradas também?
Esse ainda foi mais parado. Mais emotivo, de construção, reflexão, unindo várias pontas,
focando nos sentimentos de seus complexos personagens (principalmente Brody), o
que me agradou. Mas talvez não agrade o público sedento por ação.
De qualquer forma, a série já conseguiu me prender no episódio
anterior, e esse continuou me proporcionando essa sensação numa maneira mais
sentimental, isso é algo que adoro. Espero que os próximos continuem nesse
caminho. Prendendo de diversas maneiras com esse jeito Homeland de ser.
Próximo Episódio.
Próximo Episódio.
O tão esperado encontro entre Brody e Carrie parecia bastante frio para mim. Talvez algo doloroso, especialmente de Brody por tudo o que aconteceu em Caracas. Agora, na verdade, o ponto que eu quero destacar sobre o enredo entre os dois é sua visita conjunta a Dana. Eu sei que há pessoas que não gostam dessa personagem, e eu não entendo apenas por que, apenas eu entendo: ela sempre foi uma adolescente muito crível, vivendo a maior parte de sua vida em sua cabeça, e emergindo dela sozinha quando ela está terrivelmente atraída por outra pessoa. Sua relação com seu pai tem sido uma das coisas que mais gostei na série: Dana foi a primeira a fazer Brody falar novamente depois de voltar, a primeira a aprender sobre sua conversão ao Islã, e a entendê-lo e respeitá-lo, que queria acreditar que seu pai não era um terrorista, como também que o conhecia bem o suficiente para não querer arriscar contatá-lo. Dana acabou desistindo de seu sobrenome porque ela aprendeu a cuidar de si mesma e o que seu sobrenome implica lhe faz muito mal. E se há alguém que deveria saber a importância de tudo isso, certamente é seu próprio pai, ainda assombrado pelos fantasmas de seu cativeiro no Iraque. "Você já pensou, por um segundo, de se eu queria vê-lo?" Isso é o que eu estava pensando o tempo todo, quando Carrie leva Brody para visitar sua filha. Como você pode pensar nisso? Como você vem com os escritores? Foi necessário fazer Dana passar por isso, por causa desse confronto com a pessoa que eu menos deveria ver no planeta, porque causou quase morte? Achei cruel. Acho que nenhum dos personagens da Pátria é capaz de avaliar o impacto de suas ações.
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