Postagem episódio anterior: The Choice.
Para os desavisados o primeiro episódio da terceira temporada de Homeland vazou na internet. E ainda que não pareça completamente finalizado (além do ritmo um pouco diferente, há marcações de cenários que posteriormente devem ser substituídos por algum efeito digital), não consegui resistir e o vi.
>>>>> Spoilers Abaixo <<<<<<
A minha primeira impressão dele é que seu ritmo foi lento. Talvez por não
estar finalizado ou por ser um capítulo mais conceitual, servindo de
apresentação da história da nova temporada e pra solidificar as bases do que
essa irá seguir (já que no ano passado tivemos uma baita reviravolta no fim, e
muitos caminhos que poderiam ser tomados).
Assim, com exceção do assassinato executado por Quinn a mando da CIA, não houve
cenas de muita ação (ah, isso se não considerarmos a cena de sexo de Carrie com
um estranho na escada, kkk).
A história proposta pra essa temporada parece ter um bom potencial. Tudo
começa cerca de dois meses após a explosão da bomba na sede da CIA que
ocasionou a morte de centenas de pessoas , que ainda por cima eram bem
importantes, a maioria ligada ao governo e algumas exercendo cargos realmente
relevantes.
É ... Abu Nazir é o cara. Precisou morrer pra isso. Mas atingiu os EUA em
seu orgulho.
Tudo acabou sendo bem desmoralizante pra CIA, que está enfrentando uma
investigação detalhada, tendo até mesmo um comitê de políticos empenhados nisso
e querendo descobrir a verdade, apurar os erros dos envolvidos.
Nesse cenário vemos Saul como o responsável pela agência (o chefão!), e
Carrie sendo interrogada pelo comitê e pressionada por seus colegas a
esconder informações sobre Brody e seu envolvimento com a CIA.
Claro que a agente bipolar que parou de tomar seus remédios acaba deixando escapar
que não acredita na culpa do ex-sargento que na atual conjuntura parece ser o
homem mais procurado do mundo.
Saul por sua vez também parece bem dividido e pressionado. Ele continua
tendo as suas ideias e sua moral. Mas estando no comando, acaba sendo
influenciado a fazer coisas que não acredita e que não concorda para conter a
ânsia e o imediatismo por vingança da população, da impressa e dos políticos
dos EUA.
Aquilo de que os agentes da CIA não são assassinos e sim espiões, que
deveriam investigar pra chegar a um alvo mais importante foi bem inspirado. Uma
pena que pra manter a imagem, conter a ânsia de todos, Saul acabou pisando nas
suas ideias. Acredito que os resultados teriam sido mais duradouros se ele
seguisse o que acredita.
Também houve certa pressão pra apontar os dedos, por assim dizer, colocar a
responsabilidade do atentado em alvos fáceis. E no caso, um desses alvos também
se mostrou ser a nossa querida agente Carrie Mathison, ainda mais depois do
vazamento de informações, inclusive sobre o seu caso com Brody.
Sei que a pressão era tamanha. Havia comentários de que a CIA seria
dissolvida, perderia todo o seu poder, a tal cratera (resultado da explosão da
bomba, que estou muito curiosa em ver kkk) ainda continuava lá sem reparo,
mas a atitude de colocar Carrie na frente do ônibus foi errada, e de certa
forma, dissonante das ações habituas... Pois é Saul, quem te viu, quem te
vê.
Mas o mais triste nisso tudo é perceber uma quebra de confiança numa das
relações mais bonitas da série. Sempre vi Saul como uma espécie de pai de
Carrie, um homem em quem ela podia confiar, e que a apoiaria mesmo com seus
defeitos.
Nessa ocasião, ele mostrou que não é bem assim. Ele tirou o seu e o da
agência da reta, e colocou Carrie na posição colisão.
E no caso, Carrie com Brody fugindo (admito que senti falta dele! Sou uma
das que gosta do personagem), sem o apoio de Saul, podendo até falar em traição
de seu mentor, realmente está sozinha, tendo que enfrentar responsabilidades e
culpas que não são dela (pelo menos não só dela).
Eu não queria estar na pele da nossa espiã bipolar, imagino que mais golpes
ainda virão, e até pensei, que ela devia ter fugido com Brody quando teve a
oportunidade na temporada passada.
Ainda tivemos a participação da família de Brody (sem ele). Houve um
grande foco em Dana, e pra mim essa parte foi um pouco enfadonha, o ritmo
do núcleo da CIA não era lá ágil, mas ao menos despertou mais o meu interesse.
Já a apresentação da história de Dana que tentou suicídio, acabou internada
durante um tempo, arrumou um namorado, voltou pra casa que agora tem a presença
da mãe de Jessica, um Chris cada vez mais gigante (nossa esse menino anda
comendo fermento, kkk) e Jessica perdendo auxílio do governo e procurando
emprego foi pouco estimulante.
Acho que a única coisa que me interessou nisso foi pressão da mídia no
aspecto família do terrorista. Isso realmente deve ser difícil. Só que
foram muitas cenas nesse núcleo e talvez seja bom cortar algumas na edição
final pra melhorar o ritmo.
Enfim não foi um episódio bombante. Mas uma coisa que aprendi com Homeland é
esperar os acontecimentos com calma, e não subestimar um episódio mais parado.
O ritmo, muitas vezes, é devagar pra preparar os acontecimentos, manter a
tensão, proporcionar uma explosão maior depois.
Pelo que vi nessa estreia, acredito no potencial da temporada, e penso que
vou me deliciar ao vê-lo sendo explorado. Os realizadores da série nunca me
decepcionaram antes. Assim minhas expectativas estão altas e mal posso
esperar pra o que vem a seguir.
Próximo episódio
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